Pela primeira vez,
será celebrado no próximo dia 26 de janeiro, o Domingo da Palavra de Deus. Dom
Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova
Evangelização apresentou em uma coletiva de imprensa a programação para o
Domingo da Palavra de Deus. Depois da Missa na Basílica de São Pedro, o Papa
Francisco entregará a Bíblia a 40 pessoas que representam várias realidades da
sociedade. A iniciativa tem como objetivo valorizar o conhecimento da Palavra
entre todos os cristãos e é mais um passo no diálogo ecumênico.
Os objetivos do
Domingo da Palavra de Deus são vários e ricos de significados: oferecer uma
dimensão unitária às várias iniciativas que a Igreja Católica promove no mundo,
em nível local, para difundir a Palavra de Deus, dar um novo impulso à leitura
bíblica no âmbito da pastoral; estabelecer mais um passo para o diálogo
ecumênico; exortar os cristãos a tirar das prateleiras empoeiradas um
“instrumento” que desperte a nossa fé.
Instituída pelo
Papa
Dom Rino
Fisichella destaca que com esta iniciativa, o Papa Francisco espera que “a
comunidade cristã se concentre no grande valor que a Palavra de Deus ocupa na
vida diária” (Aperuit illis 2). Este dia foi instituído pelo
Papa Francisco em 30/09/2019, por ocasião dos 1600 anos da morte de São
Jerônimo, grande estudioso da Sagrada Escritura que traduziu para o latim os
textos originais. Na ocasião o Papa publicava a sua Carta Apostólica Aperuit illis.
Iniciativa de
Evangelização
Segundo o
presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, o Papa
quis “responder aos muitos pedidos que chegam por parte do povo de Deus para
que em toda a Igreja se possa celebrar em unidade de intenções o Domingo da
Palavra de Deus”. Portanto, este domingo se coloca como uma iniciativa pastoral
de Nova Evangelização, com o objetivo de reavivar a responsabilidade que os
fiéis têm no conhecimento da Sagrada Escritura e em mantê-la viva através de
uma obra de permanente transmissão e compreensão. É importante lembrar que na
Carta Apostólica escrita para a conclusão do Jubileu da Misericórdia, o Papa
desejava que “toda a comunidade, em um domingo do ano litúrgico, pudesse
renovar empenho pela difusão, pelo conhecimento e aprofundamento da
Sagrada Escritura, um domingo dedicado inteiramente à Palavra de Deus, para
compreender a inexaurível riqueza que provém daquele diálogo constante de Deus
com o seu povo” (Misericordia et misera, 7).
O valor ecumênico
Neste contexto, o
bispo disse que “não pode passar em silêncio o grande valor ecumênico deste
Domingo”. De fato, Francisco estabeleceu que seja celebrado sempre no 3º
Domingo do Tempo Comum do Ano Litúrgico que é próximo ao Dia do diálogo entre
Judeus e Católicos e da Semana de Oração pela Unidade de Cristãos. Obviamente
não é uma simples coincidência temporal – explicou o monsenhor -, mas uma
escolha que pretende marcar mais um passo no diálogo ecumênico, colocando a
Palavra de Deus no coração do compromisso que os cristãos são chamados a
realizar diariamente”.
Durante uma coletiva
de imprensa, foi apresentado o logotipo da iniciativa que representa uma cena
bíblica muito conhecida: o caminho dos discípulos ao povoado de Emaus (cf. Lc
24, 13-35), em um certo momento Jesus Ressuscitado se aproxima. O ícone
evidencia múltiplos aspectos que convergem sobre o Domingo da Palavra de Deus.
Pode-se notar, primeiramente, os personagens. Junto com Cristo que tem nas mãos
o “rolo do Livro”, isto é, a Sagrada Escritura que se realiza na sua pessoa, há
dois discípulos: Cleofás, como descreve Lucas e, segundo alguns exegetas, sua
esposa. Os rosto dos dois discípulos estão dirigidos ao Senhor para afirmar que
Ele é a realização das promessas antigas e a Palavra viva que deve ser
anunciada ao mundo.
O programa da
jornada
Dom Fisichella
disse que no domingo, 26 de janeiro, às 10 horas, o Papa Francisco presidirá a
Eucaristia na Basílica de São Pedro. No altar papal será colocada a estátua de
Nossa Senhora de Knock, Padroeira da Irlanda, que virá do Santuário acompanhada
por uma grande representação de fiéis, guiados pelo arcebispo Tuam, Dom Michael
Neary e pelo reitor do santuário, padre Richard Gibbons. O coral do Santuário
animará a celebração alternando-se com o Coral da Capela Sistina.
Entrega da Bíblia
Na conclusão da
celebração eucarística o Papa Francisco fará um gesto simbólico: entregará a
Bíblia a 40 pessoas representantes de várias realidades da sociedade: bispos,
migrantes, embaixadores, professores, pobres, jornalistas, catequistas,
seminaristas, detentos e algumas famílias, assim como representantes das
Igrejas Ortodoxas e das Comunidades Evangélicas.
Fisichella: a
Palavra sempre presente na pastoral
Ao falar ao
Vatican News, Dom Rino Fisichella recordou o significado mais profundo desta
iniciativa: “A Igreja sabe que a Palavra de Deus é o coração da sua pregação
mas a instituição desse Dia especial nasce também porque há no mundo muitas
iniciativas concretas que solicitaram ao Papa uma dimensão unitária a tudo o
que se realiza há décadas”. Também há um aspecto pastoral – prosseguiu – a Bíblia
não pode ser limitada ao estudo dos especialistas ou a alguns momentos da vida
da nossa pastoral, mas deve estar sempre presente. Dom Fisichella explicou que
a Liturgia da Palavra e a Liturgia da Eucaristia sustentam-se reciprocamente:
“O Concílio Vaticano II na Constituição dogmática Dei Verbum, que fala da Revelação da Palavra de Deus,
diz que o povo cristão sempre se alimentou da Palavra de Deus e do Corpo e
Sangue de Cristo que estão depositados no altar, portanto a unidade da ação
litúrgica já nos diz o quanto precisamos de um e do outro”.
O presidente da
Comissão Arquidiocesana de Liturgia da Arquidiocese, padre Moisés Ferreira
sugere aos interessados que a editora Paulus publicou o subsídio
litúrgico-pastoral “O domingo da Palavra de Deus”, reunindo dicas e orientações
para uma vivência intensa e solene da data.
(Fonte: site
Vatican News)
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