28 de jan. de 2020

ESTÁ NO AR O SITE OFICIAL DO 8º MUTICOM NORDESTE 2


No dia em que a Igreja celebrou a memória de São Francisco Sales, padroeiro dos jornalistas, a Diocese de Patos, na Paraíba, lançou o site oficial do Mutirão de Comunicação da CNBB Nordeste 2 (Muticom NE2).
Desde sexta-feira (24), comunicadores de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte, mas também oriundos de outros Estados interessados no tema, têm acesso às informações do evento e um canal direto com a coordenação do encontro.
A 8ª edição do Muticom NE2 ocorrerá entre os dias 3 e 5 de julho, na Unifip Centro Universitário, antiga Faculdades Integradas de Patos. O mutirão terá como tema “Ambiência digital e cultura do encontro: pensar a comunicação numa sociedade democrática”.
Nesta edição serão realizados 20 workshops e dez grupos de trabalhos. Entre os assuntos correlatos à comunicação que serão trabalhados no Muticom NE2 estão “Aplicativos na evangelização”, “Comunicação na Pastoral do Dízimo”, “Teatro”, “Música litúrgica”, entre outros.
Em breve, o site disponibilizará informações sobre inscrições, assessores do mutirão e sugestões de hospedagens.
Logotipo
A cidade de Patos (PB) é conhecida como a “Morada do sol”, e tem como padroeira Nossa Senhora da Guia. Por esses motivos, o logotipo do 8º Muticom foi desenvolvido levando em consideração essas duas características.
O símbolo lembra um sol nascente, com os elementos da marca Muticom. A parte inferior, em azul, indica a proteção de Nossa Senhora da Guia, e ao mesmo tempo, nos diz que Maria nos guia na comunicação do “Sol nascente que veio nos visitar”, que é Jesus Cristo.
Nesse mesmo campo azul encontra-se uma rede que se conecta com o logotipo, a tipografia “MUTICOM”, nos ajudando a compreender o sentido da Pascom: uma pastoral de conjunto, de unidade, de comunhão, que precisa cumprir sua missão como uma rede, na qual todos estão conectados, unidos, sobretudo, a Jesus e à Maria.
Visite o site do 8º Muticom NE2: https://muticomne2.wixsite.com/8muticomne2.

24 de jan. de 2020

Festa de São Sebastião anima devotos da cidade do Cabo



Os festejos ao querido mártir São Sebastião, co-padroeiro da cidade do Cabo iniciado no último dia 16/01 lotam a Igreja Matriz todas as noites para as Missas, na sua grande maioria vestidos de vermelho em homenagem ao sangue que ele derramou como testemunho de fé e amor a Cristo. O encerramento no próximo domingo (26) será o ponto culminante da festa, logo às 5h alvorada festiva, às 10h a Missa Solene presidida pelo arcebispo de Olinda e Recife, dom Antônio Fernando Saburido, filho da paróquia em festa. Às 15h outra Missa marca o encerramento da festa 2020 e logo em seguida grandiosa Procissão com a Imagem de São Sebastião que percorrerá as principais ruas do centro da cidade e retorna a Igreja Matriz para a Benção do Santíssimo Sacramento. Logo após, os devotos poderão se confraternizarem com um show cultural e barracas de lanches no térreo do centro social Armínio Guilherme (prédio anexo a matriz).

Serviços:
Encerramento da Festa de São Sebastião, Co-padroeiro do Cabo
Data: 26 de janeiro de 2020
Local: Igreja Matriz de Santo Antônio – Centro do Cabo
Contatos/ (81) 3521-9933
Pascom Santo Antônio

Domingo da Palavra de Deus: ler a Bíblia para despertar a fé




Pela primeira vez, será celebrado no próximo dia 26 de janeiro, o Domingo da Palavra de Deus. Dom Rino Fisichella, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização apresentou em uma coletiva de imprensa a programação para o Domingo da Palavra de Deus. Depois da Missa na Basílica de São Pedro, o Papa Francisco entregará a Bíblia a 40 pessoas que representam várias realidades da sociedade. A iniciativa tem como objetivo valorizar o conhecimento da Palavra entre todos os cristãos e é mais um passo no diálogo ecumênico.
Os objetivos do Domingo da Palavra de Deus são vários e ricos de significados: oferecer uma dimensão unitária às várias iniciativas que a Igreja Católica promove no mundo, em nível local, para difundir a Palavra de Deus, dar um novo impulso à leitura bíblica no âmbito da pastoral; estabelecer mais um passo para o diálogo ecumênico; exortar os cristãos a tirar das prateleiras empoeiradas um “instrumento” que desperte a nossa fé. 
Instituída pelo Papa
Dom Rino Fisichella destaca que com esta iniciativa, o Papa Francisco espera que “a comunidade cristã se concentre no grande valor que a Palavra de Deus ocupa na vida diária” (Aperuit illis 2). Este dia foi instituído pelo Papa Francisco em 30/09/2019, por ocasião dos 1600 anos da morte de São Jerônimo, grande estudioso da Sagrada Escritura que traduziu para o latim os textos originais. Na ocasião o Papa publicava a sua Carta Apostólica Aperuit illis.
Iniciativa de Evangelização
Segundo o presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, o Papa quis “responder aos muitos pedidos que chegam por parte do povo de Deus para que em toda a Igreja se possa celebrar em unidade de intenções o Domingo da Palavra de Deus”. Portanto, este domingo se coloca como uma iniciativa pastoral de Nova Evangelização, com o objetivo de reavivar a responsabilidade que os fiéis têm no conhecimento da Sagrada Escritura e em mantê-la viva através de uma obra de permanente transmissão e compreensão. É importante lembrar que na Carta Apostólica escrita para a conclusão do Jubileu da Misericórdia, o Papa desejava que “toda a comunidade, em um domingo do ano litúrgico, pudesse renovar  empenho pela difusão, pelo conhecimento e aprofundamento da Sagrada Escritura, um domingo dedicado inteiramente à Palavra de Deus, para compreender a inexaurível riqueza que provém daquele diálogo constante de Deus com o seu povo” (Misericordia et misera, 7).
O valor ecumênico
Neste contexto, o bispo disse que “não pode passar em silêncio o grande valor ecumênico deste Domingo”. De fato, Francisco estabeleceu que seja celebrado sempre no 3º Domingo do Tempo Comum do Ano Litúrgico que é próximo ao Dia do diálogo entre Judeus e Católicos e da Semana de Oração pela Unidade de Cristãos. Obviamente não é uma simples coincidência temporal – explicou o monsenhor -, mas uma escolha que pretende marcar mais um passo no diálogo ecumênico, colocando a Palavra de Deus no coração do compromisso que os cristãos são chamados a realizar diariamente”.

Durante uma coletiva de imprensa, foi apresentado o logotipo da iniciativa que representa uma cena bíblica muito conhecida: o caminho dos discípulos ao povoado de Emaus (cf. Lc 24, 13-35), em um certo momento Jesus Ressuscitado se aproxima. O ícone evidencia múltiplos aspectos que convergem sobre o Domingo da Palavra de Deus. Pode-se notar, primeiramente, os personagens. Junto com Cristo que tem nas mãos o “rolo do Livro”, isto é, a Sagrada Escritura que se realiza na sua pessoa, há dois discípulos: Cleofás, como descreve Lucas e, segundo alguns exegetas, sua esposa. Os rosto dos dois discípulos estão dirigidos ao Senhor para afirmar que Ele é a realização das promessas antigas e a Palavra viva que deve ser anunciada ao mundo.
O programa da jornada
Dom Fisichella disse que no domingo, 26 de janeiro, às 10 horas, o Papa Francisco presidirá a Eucaristia na Basílica de São Pedro. No altar papal será colocada a estátua de Nossa Senhora de Knock, Padroeira da Irlanda, que virá do Santuário acompanhada por uma grande representação de fiéis, guiados pelo arcebispo Tuam, Dom Michael Neary e pelo reitor do santuário, padre Richard Gibbons. O coral do Santuário animará a celebração alternando-se com o Coral da Capela Sistina.
Entrega da Bíblia
Na conclusão da celebração eucarística o Papa Francisco fará um gesto simbólico: entregará a Bíblia a 40 pessoas representantes de várias realidades da sociedade: bispos, migrantes, embaixadores, professores, pobres, jornalistas, catequistas, seminaristas, detentos e algumas famílias, assim como representantes das Igrejas Ortodoxas e das Comunidades Evangélicas.
Fisichella: a Palavra sempre presente na pastoral
Ao falar ao Vatican News, Dom Rino Fisichella recordou o significado mais profundo desta iniciativa: “A Igreja sabe que a Palavra de Deus é o coração da sua pregação mas a instituição desse Dia especial nasce também porque há no mundo muitas iniciativas concretas que solicitaram ao Papa uma dimensão unitária a tudo o que se realiza há décadas”. Também há um aspecto pastoral – prosseguiu – a Bíblia não pode ser limitada ao estudo dos especialistas ou a alguns momentos da vida da nossa pastoral, mas deve estar sempre presente. Dom Fisichella explicou que a Liturgia da Palavra e a Liturgia da Eucaristia sustentam-se reciprocamente: “O Concílio Vaticano II na Constituição dogmática Dei Verbum, que fala da Revelação da Palavra de Deus, diz que o povo cristão sempre se alimentou da Palavra de Deus e do Corpo e Sangue de Cristo que estão depositados no altar, portanto a unidade da ação litúrgica já nos diz o quanto precisamos de um e do outro”.
O presidente da Comissão Arquidiocesana de Liturgia da Arquidiocese, padre Moisés Ferreira sugere aos interessados que a editora Paulus publicou o subsídio litúrgico-pastoral “O domingo da Palavra de Deus”, reunindo dicas e orientações para uma vivência intensa e solene da data.
(Fonte: site Vatican News)

Pró-Criança oferece vagas em cursos gratuitos no Grande Recife



O Movimento Pró-Criança, instituição ligada à Arquidiocese de Olinda e Recife, está oferecendo vagas em cursos gratuitos para crianças, adolescentes e jovens, de 5 a 25 anos, nas unidades da ONG no Recife e em Jaboatão dos Guararapes. As oportunidades são para qualificações nas áreas de artes plásticas, música, esporte, dança, tecnologia e varejo. O Pró-Criança ainda oferece fardamento e alimentação.

O período de inscrições segue até o 31/01. Os interessados devem procurar o setor Psicossocial da unidade escolhida – Coelhos ou Piedade – munidos de xerox do RG e CPF do aluno e do responsável, se for menor de idade. Também é preciso levar cópias do comprovante de residência, comprovante de escolaridade, carteira de trabalho e título de eleitor, além de duas fotos 3×4. O Pró-Criança funciona de segunda a sexta, das 8h às 16h30.
As aulas no Pró-Criança são oferecidas uma ou duas vezes por semana, no contraturno escolar do beneficiário, ou seja, os que estudam pela manhã podem participar das atividades da ONG no período da tarde. Já os alunos que vão para a escola à tarde, frequentam a instituição no turno da manhã.
Artesanato
Mulheres com mais de 18 anos e que gostariam de aprender um novo ofício ou aperfeiçoar as habilidades manuais também terão a oportunidade de estudar gratuitamente. Das 490 vagas oferecidas pelo Pró-Criança, 30 delas são para o projeto Arte e Vida promovido pela Unidade Coelhos. A capacitação ensina a confecção de bijuterias e acessórios, e a técnica de customização de sandálias. Durante três meses, as alunas aprendem a fazer peças como pulseiras, colares, tiaras, bolsas e chapéus. Elas também recebem noções de técnicas de vendas e de empreendedorismo.
A Unidade Coelhos do Pró-Criança fica na rua dos Coelhos, 317, Boa Vista – em frente ao Imip. Contato pelo (81) 3412.8989 ou 3412.8970.
A Unidade Piedade está localizada na rua José Maia Bezerra, 10, Piedade – ao lado da Escola Municipal José Rodovalho, em Jaboatão. Contato pelo (81) 3474.8979.
Confira a lista de cursos disponíveis:
Unidade Coelhos
– Canto coral
– Judô
– Artes
– Recondicionamento de Computadores
– Iniciação à Informática
– Robótica Educacional
– Coletivo Jovem (Marketing e Vendas / Comunicação e Tecnologia / Produção de Eventos)
– Projeto Arte e Vida
Unidade Piedade
– Flauta doce (novo curso)
– Balé
– Judô
– Artes  
(Informações e fotos: Assessoria de Comunicação do Movimento Pró-Criança)

Mensagem do Papa Francisco para o LIV Dia Mundial das Comunicações Sociais « “Para que possas contar e fixar na memória” (Ex 10, 2). A vida faz-se história »




Desejo dedicar a Mensagem deste ano ao tema da narração, pois, para não nos perdermos, penso que precisamos de respirar a verdade das histórias boas: histórias que edifiquem, e não as que destruam; histórias que ajudem a reencontrar as raízes e a força para prosseguirmos juntos. Na confusão das vozes e mensagens que nos rodeiam, temos necessidade duma narração humana, que nos fale de nós mesmos e da beleza que nos habita; uma narração que saiba olhar o mundo e os acontecimentos com ternura, conte a nossa participação num tecido vivo, revele o entrançado dos fios pelos quais estamos ligados uns aos outros.

1. Tecer histórias
O homem é um ente narrador. Desde pequenos, temos fome de histórias, como a temos de alimento. Sejam elas em forma de fábula, romance, filme, canção, ou simples notícia, influenciam a nossa vida, mesmo sem termos consciência disso. Muitas vezes, decidimos aquilo que é justo ou errado com base nos personagens e histórias assimiladas. As narrativas marcam-nos, plasmam as nossas convicções e comportamentos, podem ajudar-nos a compreender e dizer quem somos.
O homem não só é o único ser que precisa de vestuário para cobrir a própria vulnerabilidade (cf. Gn 3, 21), mas também o único que tem necessidade de narrar-se a si mesmo, «revestir-se» de histórias para guardar a própria vida. Não tecemos apenas roupa, mas também histórias: de facto, servimo-nos da capacidade humana de «tecer» quer para os tecidos, quer para os textos. As histórias de todos os tempos têm um «tear» comum: a estrutura prevê «heróis» – mesmo do dia-a-dia – que, para encalçar um sonho, enfrentam situações difíceis, combatem o mal movidos por uma força que os torna corajosos, a força do amor. Mergulhando dentro das histórias, podemos voltar a encontrar razões heroicas para enfrentar os desafios da vida.
O homem é um ente narrador, porque em devir: descobre-se e enriquece-se com as tramas dos seus dias. Mas, desde o início, a nossa narração está ameaçada: na história, serpeja o mal.

2. Nem todas as histórias são boas
«Se comeres, tornar-te-ás como Deus» (cf. Gn 3, 4): esta tentação da serpente introduz, na trama da história, um nó difícil de desfazer. «Se possuíres…, tornar-te-ás…, conseguirás…»: sussurra ainda hoje a quem se fia do chamado «mentiroso» (cf. Jo 9, 44), para atingir os seus fins. Quantas histórias nos narcotizam, convencendo-nos de que, para ser felizes, precisamos continuamente de ter, possuir, consumir. Quase não nos damos conta de quão ávidos nos tornamos de bisbilhotices e intrigas, de quanta violência e falsidade consumimos. Frequentemente, nos «teares» da comunicação, em vez de narrações construtivas, que solidificam os laços sociais e o tecido cultural, produzem-se histórias devastadoras e provocatórias, que corroem e rompem os fios frágeis da convivência. Quando se misturam informações não verificadas, repetem discursos banais e falsamente persuasivos, percutem com proclamações de ódio, está-se, não a tecer a história humana, mas a despojar o homem da sua dignidade.
Mas, enquanto as histórias utilizadas para proveito próprio ou ao serviço do poder têm vida curta, uma história boa é capaz de transpor os confins do espaço e do tempo: à distância de séculos, permanece atual, porque nutre a vida.
Numa época em que se revela cada vez mais sofisticada a falsificação, atingindo níveis exponenciais (o deepfake), precisamos de sapiência para patrocinar e criar narrações belas, verdadeiras e boas. Necessitamos de coragem para rejeitar as falsas e depravadas. Ocorre paciência e discernimento para descobrirmos histórias que nos ajudem a não perder o fio, no meio das inúmeras lacerações de hoje; histórias que tragam à luz a verdade daquilo que somos, mesmo na heroicidade oculta do dia a dia.

3. A História das histórias
A Sagrada Escritura é uma História de histórias. Quantas vicissitudes, povos, pessoas nos apresenta! Desde o início, mostra-nos um Deus que é simultaneamente criador e narrador: de facto, pronuncia a sua Palavra e as coisas existem (cf. Gn 1). Deus, através deste seu narrar, chama à vida as coisas e, no apogeu, cria o homem e a mulher como seus livres interlocutores, geradores de história juntamente com Ele. Temos um Salmo onde a criatura se conta ao Criador: «Tu modelaste as entranhas do meu ser e teceste-me no seio de minha mãe. Dou-Te graças por me teres feito uma maravilha estupenda (…). Quando os meus ossos estavam a ser formados, e eu, em segredo, me desenvolvia, recamado nas profundezas da terra, nada disso Te era oculto» (Sal 139/138, 13-15). Não nascemos perfeitos, mas necessitamos de ser constantemente «tecidos» e «recamados». A vida foi-nos dada como convite a continuar a tecer a «maravilha estupenda» que somos.
Neste sentido, a Bíblia é a grande história de amor entre Deus e a humanidade. No centro, está Jesus: a sua história leva à perfeição o amor de Deus pelo homem e, ao mesmo tempo, a história de amor do homem por Deus. Assim, o homem será chamado, de geração em geração, a contar e fixar na memória os episódios mais significativos desta História de histórias: os episódios capazes de comunicar o sentido daquilo que aconteceu.
O título desta Mensagem é tirado do livro do Êxodo, narrativa bíblica fundamental que nos faz ver Deus a intervir na história do seu povo. Com efeito, quando os filhos de Israel, escravizados, clamam por Ele, Deus ouve e recorda-Se: «Deus recordou-Se da sua aliança com Abraão, Isaac e Jacob. Deus viu os filhos de Israel e reconheceu-os» (Ex 2, 24-25). Da memória de Deus brota a libertação da opressão, que se verifica através de sinais e prodígios. E aqui o Senhor dá a Moisés o sentido de todos estes sinais: «Para que possas contar e fixar na memória do teu filho e do filho do teu filho (…) os meus sinais que Eu realizei no meio deles. E vós conhecereis que Eu sou o Senhor» (Ex 10, 2). A experiência do Êxodo ensina-nos que o conhecimento de Deus se transmite sobretudo contando, de geração em geração, como Ele continua a tornar-Se presente. O Deus da vida comunica-Se, narrando a vida.
O próprio Jesus falava de Deus, não com discursos abstratos, mas com as parábolas, breves narrativas tiradas da vida de todos os dias. Aqui a vida faz-se história e depois, para o ouvinte, a história faz-se vida: tal narração entra na vida de quem a escuta e transforma-a.
Também os Evangelhos – não por acaso – são narrações. Enquanto nos informam acerca de Jesus, «performam-nos»[1] à imagem de Jesus, configuram-nos a Ele: o Evangelho pede ao leitor que participe da mesma fé para partilhar da mesma vida. O Evangelho de João diz-nos que o Narrador por excelência – o Verbo, a Palavra – fez-Se narração: «O Filho unigénito, que é Deus e está no seio do Pai, foi Ele quem O contou» (1, 18). Usei o termo «contou», porque o original exeghésato tanto se pode traduzir «revelou» como «contou». Deus teceu-Se pessoalmente com a nossa humanidade, dando-nos assim uma nova maneira de tecer as nossas histórias.

4. Uma história que se renova
A história de Cristo não é um património do passado; é a nossa história, sempre atual. Mostra-nos que Deus tomou a peito o homem, a nossa carne, a nossa história, a ponto de Se fazer homem, carne e história. E diz-nos também que não existem histórias humanas insignificantes ou pequenas. Depois que Deus Se fez história, toda a história humana é, de certo modo, história divina. Na história de cada homem, o Pai revê a história do seu Filho descido à terra. Cada história humana tem uma dignidade incancelável. Por isso, a humanidade merece narrações que estejam à sua altura, àquela altura vertiginosa e fascinante a que Jesus a elevou.
Vós «sois uma carta de Cristo – escrevia São Paulo aos Coríntios –, confiada ao nosso ministério, escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo; não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne que são os vossos corações» (2 Cor 3, 3). O Espírito Santo, o amor de Deus, escreve em nós. E, escrevendo dentro de nós, fixa em nós o bem, recorda-no-lo. De facto, re-cordar significa levar ao coração, «escrever» no coração. Por obra do Espírito Santo, cada história, mesmo a mais esquecida, mesmo aquela que parece escrita em linhas mais tortas, pode tornar-se inspirada, pode renascer como obra-prima, tornando-se um apêndice de Evangelho. Assim as Confissões de Agostinho, o Relato do Peregrino de Inácio, a História de uma alma de Teresinha do Menino Jesus, os Noivos prometidos (Promessi sposi) de Alexandre Manzoni, os Irmãos Karamazov de Fiódor Dostoevskij… e inumeráveis outras histórias, que têm representado admiravelmente o encontro entre a liberdade de Deus e a do homem. Cada um de nós conhece várias histórias que perfumam de Evangelho: testemunham o Amor que transforma a vida. Estas histórias pedem para ser partilhadas, contadas, feitas viver em todos os tempos, com todas as linguagens, por todos os meios.

5. Uma história que nos renova
Em cada grande história, entra em jogo a nossa história. Ao mesmo tempo que lemos a Escritura, as histórias dos Santos e outros textos que souberam ler a alma do homem e trazer à luz a sua beleza, o Espírito Santo fica livre para escrever no nosso coração, renovando em nós a memória daquilo que somos aos olhos de Deus. Quando fazemos memória do amor que nos criou e salvou, quando metemos amor nas nossas histórias diárias, quando tecemos de misericórdia as tramas dos nossos dias, nesse momento estamos a mudar de página. Já não ficamos atados a lamentos e tristezas, ligados a uma memória doente que nos aprisiona o coração, mas, abrindo-nos aos outros, abrimo-nos à própria visão do Narrador. Nunca é inútil narrar a Deus a nossa história: ainda que permaneça inalterada a crónica dos factos, mudam o sentido e a perspetiva. Narrarmo-nos ao Senhor é entrar no seu olhar de amor compassivo por nós e pelos outros. A Ele podemos narrar as histórias que vivemos, levar as pessoas, confiar situações. Com Ele, podemos recompor o tecido da vida, cozendo as ruturas e os rasgões. Quanto nós, todos, precisamos disso!
Com o olhar do Narrador – o único que tem o ponto de vista final –, aproximamo-nos depois dos protagonistas, dos nossos irmãos e irmãs, atores juntamente connosco da história de hoje. Sim, porque ninguém é mero figurante no palco do mundo; a história de cada um está aberta a possibilidades de mudança. Mesmo quando narramos o mal, podemos aprender a deixar o espaço à redenção; podemos reconhecer, no meio do mal, também o dinamismo do bem e dar-lhe espaço.
Por isso, não se trata de seguir as lógicas do «mentiroso», nem de fazer ou fazer-se publicidade, mas de fazer memória daquilo que somos aos olhos de Deus, testemunhar aquilo que o Espírito escreve nos corações, revelar a cada um que a sua história contém maravilhas estupendas. Para o conseguirmos fazer, confiemo-nos a uma Mulher que teceu a humanidade de Deus no seio e – diz o Evangelho – teceu conjuntamente tudo o que Lhe acontecia. De facto, a Virgem Maria tudo guardou, meditando-o no seu coração (cf. Lc 2, 19). Peçamos-Lhe ajuda a Ela, que soube desatar os nós da vida com a força suave do amor:
Ó Maria, mulher e mãe, Vós tecestes no seio a Palavra divina, Vós narrastes com a vossa vida as magníficas obras de Deus. Ouvi as nossas histórias, guardai-as no vosso coração e fazei vossas também as histórias que ninguém quer escutar. Ensinai-nos a reconhecer o fio bom que guia a história. Olhai o cúmulo de nós em que se emaranhou a nossa vida, paralisando a nossa memória. Pelas vossas mãos delicadas, todos os nós podem ser desatados. Mulher do Espírito, Mãe da confiança, inspirai-nos também a nós. Ajudai-nos a construir histórias de paz, histórias de futuro. E indicai-nos o caminho para as percorrermos juntos.
Roma, em São João de Latrão, na Memória de São Francisco de Sales, 24 de janeiro de 2020.
[Franciscus]

2 de jan. de 2020

Paróquia de Santo Antônio no Cabo celebra Co-padroeiro da cidade

A imagem de São Sebastião chegou ao Cabo, há mais de dois séculos vinda de Portugal, a partir daí, começaram os louvores e novenas glorificando ao Senhor pelas graças recebidas. A devoção do povo cabense se intensificou quando uma grande peste se deu sobre a cidade, invocaram São Sebastião e, em pouco tempo, cessou a terrível flagelação. Prometeram continuar a devoção com festas ao Glorioso Mártir, em todos os anos, nos 10 dias de festa na cidade, os devotos se vestem de vermelho em homenagem ao querido santo que testemunhou com seu sangue a sua fé. Este ano a festa acontecerá de 16 a 26 de janeiro e reflete o tema, “São Sebastião alimentado pela Eucaristia, testemunhou o Mistério da fé”, na programação, logo no dia 16 haverá a procissão da Bandeira que sairá da residência do sr. Fernando Antônio, situada na Rua Visconde de Porto Alegre, n° 24 – Centro do Cabo (próximo a Capela de Santo Amaro) em direção da Igreja Matriz onde acontecerá a Celebração Eucarística e hasteamento da Bandeira.  Durante todas as noites haverá a recitação do terço às 18h e, às 19h Celebração Eucarística com sacerdotes convidados, também após as Missas, haverá barracas de lanches e atrações culturais. No dia 26\01 às 10h será a Concelebração Eucarística, presidida por dom Antônio Fernando Saburido, arcebispo de Olinda e Recife. Às 15h Santa Missa e logo em seguida a procissão com a imagem do querido co-padroeiro, percorrendo as principais ruas da cidade e retornando a Igreja Matriz para o encerramento com a Benção do Santíssimo Sacramento.
Serviços:
Festa de São Sebastião, Co-padroeiro do Cabo
Data: 16 a 26 de janeiro de 2020
Local: Igreja Matriz de Santo Antônio – Centro do Cabo
Contatos/ (81) 3521-9933
Pascom Santo Antônio
Programação da Festa de São Sebastião 2020