“A
vocação e missão pelo cuidado humano integral deve renovar os carismas no campo
da saúde, para que não falte a proximidade com as pessoas que sofrem”. Palavras
do Papa Francisco em uma mensagem em vídeo por ocasião da abertura da Webinar
“Dia Mundial do Enfermo: significado, objetivos e desafios” promovido pelo
Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral
Jane Nogara - Vatican News
O Papa Francisco enviou uma mensagem em vídeo ao
Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral por ocasião da
abertura da Webinar “Dia Mundial do Enfermo: significado, objetivos e
desafios”. A ocasião refere-se ao XXX Dia Mundial do Enfermo celebrado pela
Igreja no dia 11 de fevereiro e “nossos pensamentos – disse o Papa - vão com
gratidão a todos aqueles que, na Igreja e na sociedade, estão ao lado daqueles
que sofrem”.
Na doença encontrar um Amor maior
Francisco iniciou com a reflexão: “A experiência da
doença nos faz sentir frágeis e necessitados de outros. Não apenas isso. A
doença impõe uma questão de significado, que na fé é dirigida a Deus: uma
questão que busca um novo significado e uma nova direção para a existência, e
que às vezes pode não encontrar uma resposta imediata”. Para encontrar essa
“nova direção”, o Papa recordou São João Paulo II e seu longo sofrimento
durante o qual indicou esta “nova direção”, que significa abrir-se a um Amor
maior. “Ao descobrir, pela fé, o sofrimento redentor de Cristo, o homem
descobre nele, ao mesmo tempo, os próprios sofrimentos, reencontra-os, mediante
a fé, enriquecidos de um novo conteúdo e com um novo significado”.
“Nunca
devemos esquecer a singularidade de cada pessoa doente, com sua dignidade e
fragilidade. É a pessoa inteira que precisa de cuidados: o corpo, a mente, os
afetos, a liberdade e a vontade, a vida espiritual... Os cuidados não podem ser
dissecados, porque o ser humano não pode ser dissecado”
Doenças de hoje: individualismo e
indiferença
Francisco recordou também que em tempos de pandemia
nós aprendemos a olhar a doença como “um fenômeno global e não apenas
individual, e nos convida a refletir sobre outros tipos de ‘doenças’ que
ameaçam a humanidade e o mundo. O individualismo e a indiferença aos outros –
continuou o Papa - são formas de egoísmo que infelizmente se ampliam na
sociedade do consumismo e do liberalismo econômico; e as desigualdades
resultantes também podem ser vistas no campo da saúde, onde alguns gozam da
chamada ‘excelência’ e muitos outros têm dificuldade de acesso aos cuidados
básicos”.
E sugere:
“Para
curar este 'vírus' social, o antídoto é a cultura da fraternidade, baseada na
consciência de que somos todos iguais como seres humanos, todos iguais, filhos
de um só Pai”
Em seguida recorda que “a Igreja, seguindo Jesus, o
Bom Samaritano da humanidade, sempre fez o seu melhor para os que sofrem,
dedicando em particular grandes recursos pessoais e financeiros aos doentes”.
Depois de falar sobre a dedicação dos religiosos, missionários, santos e santas
que muitas vezes deram suas vidas pelos doentes, o Papa pede:
“Esta
vocação e missão pelo cuidado humano integral também hoje deve renovar os
carismas no campo da saúde, para que não falte a proximidade com as pessoas que
sofrem”
Por fim Francisco dirigiu seu agradecimento a todos
os que estão próximos dos doentes por motivos familiares, de amizade ou de
trabalho:
“A
todas essas pessoas eu asseguro minha lembrança em oração, para que o Senhor
lhes dê a capacidade de escutar os doentes, ser paciente com eles, cuidar deles
de forma integral, do corpo, do espírito e dos relacionamentos”. O Papa
ainda concluiu recordando “dos doentes de todas as partes do mundo,
especialmente por aqueles que estão mais sozinhos e não têm acesso aos serviços
de saúde”.
Fonte: Vatican News