30 de nov. de 2020
CONHEÇA O PERFIL E A GEOGRAFIA DO COLÉGIO DE CARDEAIS COM A CRIAÇÃO DE 13 NOVOS MEMBROS NO SÁBADO, 28 DE NOVEMBRO
Por alguns séculos tinham sido 30. Depois Sisto V em 1586 elevou-os a 70, mas nada a ver com a amplitude que conhecemos hoje, um grupo de pessoas que representa também geograficamente os evangélicos “extremos confins da terra”. O Colégio dos Cardeais na sua dimensão e composição atuais é uma escolha que amadurece gradualmente no século XX. Foi João XXIII quem primeiro “violou” o limite histórico de Sisto V, tanto que as púrpuras que no final dos últimos Pontificados entre os séculos XIX e XX tinham oscilado numa média de 60 membros, na morte do Papa Roncalli eram 82 e entre eles há traços somáticos inéditos, com os primeiros cardeais filipino, japonês, africano.
Colégio “global”
Passaram-se poucos anos e Paulo VI completou o trabalho. Ele criou 143 cardeais, ampliando ainda mais a “latitude” das suas proveniências (o primeiro neozelandês, o primeiro malgaxe, o primeiro cingalês, etc.), determinou o lugar dos Patriarcas Orientais no Colégio e, sobretudo, estabeleceu o limiar ainda hoje válido de 80 anos para ter direito a voto num eventual Conclave. Na morte do Papa Montini havia 129 cardeais, um número que é um prelúdio a uma nova mudança realizada por João Paulo II. Com o Papa Wojtyla, o Colégio Cardinalício tornou-se uma expressão completa da mundialidade e dos 231 cardeais de cerca de setenta países por ele criados em nove Consistórios (até mesmo 42 no Consistório de 2001, um recorde para a Igreja), existem ainda 16 cardeais eleitores dos 65 presentes no grupo, o mais velho dos quais é Jozef Tomko, de 96 anos, criado em 1985.
Mais idoso, mais jovem
O Pontificado de Bento XVI viu também a entrada no Colégio de 90 cardeais em cinco Consistórios. Entre aqueles que obtiveram o barrete do Papa emérito há atualmente 39 eleitores e 30 não-eleitores, incluindo o mais idoso de todo o grupo, o francês de 96 anos Albert Vanhoye, que foi criado cardeal em 2006. Ao Papa Francisco pertence a criação do mais jovem cardeal vivo, Dieudonné Nzapalainga – com apenas 49 anos de idade em 2016 no momento da publicação – que, nas vestes de Metropolita de Bangui, é também o primeiro cardeal nascido na República Centro-Africana.
Francisco, cardeais e periferias
Com o deste de 28 de novembro, Francisco terá presidido ao seu sétimo Consistório e criado um total de 101 cardeais, 73 dos quais se encontram atualmente entre os que têm direito de voto num eventual Conclave. Para o Papa das “periferias” a convocação deste sábado também mostra o início e o retorno. Ao primeiro caso pertence Brunei e Ruanda – países que fazem a sua entrada histórica no Colégio – ao segundo caso pertence Malta, que por um pouco tempo não estava representada, ou seja, desde a morte do cardeal Prosper Grech ocorrida em dezembro de 2019. Ao Pontificado de Francisco também pertencem outros recordes.
Entre outros, o das sedes cardinalícias em países que nunca a tiveram (além da já citada República Centro-Africana, Brunei e Ruanda, também Haiti, Dominica, Birmânia, Panamá, Cabo Verde, Tonga, Bangladesh, Papua Nova Guiné, Malásia, Lesoto, Mali, Suécia, Laos, El Salvador, Luxemburgo), o primeiro cardeal afro-americano (o metropolita de Washington Wilton Gregory), o primeiro nascido após o Concílio (Nzapalainga), o primeiro convertido ao catolicismo desde os tempos de Jean-Marie Lustiger (Bispo de Estocolmo Anders Arborelius, luterano de nascimento).
Curiosidade
Alguns nomes estão ligados a algumas curiosidades estatísticas. Por exemplo, o tailandês Michael Michai Kitbunchu, de 91 anos, emérito de Bangcoc, é o que faz parte do Colégio dos Cardeais há mais tempo (37 anos). Um recorde de duração partilhado com o neozelandês Thomas Stafford Williams, 90 anos de idade, ordinário militar emérito do seu país. Ambos receberam o barrete do Papa Wojtyla em 1983.
Outro dado diz respeito à presença de famílias religiosas no atual Colégio: são 26, para um total de 51 cardeais (29 eleitores) que vestem o hábito do seu Instituto sob a púrpura. Os mais representados são os Salesianos (9), seguidos pelos Jesuítas (7). Note-se que com o Padre Mauro Gambetti, guardião do Sacro Convento de Assis, a Ordem dos Franciscanos Conventuais também se torna parte do grupo dos cardeais.
Também a geografia, como foi dito, especialmente pela vontade do Papa Francisco, continua a se redesenhar, expandindo o mapa do Colégio, que atinge agora 90 países representados, da Albânia ao Vietnã, com o grupo dos cardeais italianos (47) o mais numeroso, seguido pelos Estados Unidos (15) e Espanha (14). Do ponto de vista dos continentes, a Europa conta, entre eleitores e não-eleitores, 106 cardeais, África 30, Ásia 27. A América do Norte conta 26, América do Sul 25, América Central 9 e finalmente Oceânia 6. O Brasil tem 9 cardeais, 4 eleitores e 5 não eleitores: AGNELO Geraldo Majella; ASSIS Raymundo DAMASCENO; AVIZ João BRAZ de; da ROCHA Sérgio; FALCÃO FREIRE José; HUMMES Cláudio; SCHEID Eusébio Oscar; SCHERER Odilo Pedro; TEMPESTA Orani João. Portugal tem 5, três dos quais eleitores.
Com informações do VaticanNews
Fonte: CNBB Nacional
O Papa no Angelus: nas tempestades da vida Deus estende sempre a sua mão
Hoje tem início um novo ano litúrgico. O Advento – disse o Papa - é um apelo incessante à esperança: recorda-nos que Deus está presente na história para o conduzi-la ao seu fim último e à sua plenitude, que é o Senhor Jesus Cristo.
Silvonei José – Vatican News
No Angelus deste domingo, primeiro do tempo de Advento, o Papa Francisco recordou que "a liturgia de hoje convida-nos a viver o primeiro 'tempo forte' do ano litúrgico, o Advento, que nos prepara para o Natal, como um tempo de espera e de esperança:
"O nosso Deus é o Deus que vem: Ele não desilude a nossa espera! Ele veio num momento preciso da história e tornou-se homem para tomar sobre Si os nossos pecados; Ele virá no fim dos tempos como juiz universal; Ele vem todos os dias a visitar o Seu povo, a visitar todos os homens e mulheres que O acolhem na Palavra, nos Sacramentos, nos seus irmãos e irmãs".
Jesus, nos diz a Bíblia, está à porta e bate. Todos os dias. Ele - continuou o Papa - está à porta dos nossos corações. Ele bate. "Você consegue ouvir o Senhor bater à porta? Quem veio hoje visitar você, que bate no seu coração com uma inquietação, com uma ideia, com uma inspiração? Ele veio a Belém, virá no fim do mundo. Mas todos os dias ele vem até nós. Estejam atentos, veja o que vocês sentem no coração quando o Senhor bate à porta".
A coragem nasce da esperança
A vida", disse o Pontífice, "é feita de altos e baixos, de luzes e sombras". Cada um de nós experimenta momentos de desilusão, de fracasso e desorientação:
“Além disso, a situação em que vivemos, marcada pela pandemia, gera em muitas pessoas preocupação, medo e desânimo; corremos o risco de cair no pessimismo, no fechamento e na apatia. Como devemos reagir a isto? O Salmista sugere-nos: "Nossa alma espera pelo Senhor, é ele o nosso auxílio e o nosso escudo. Nele se alegra o nosso coração” (Sl 32,20-21). A espera confiante do Senhor faz-nos encontrar conforto e coragem nos momentos sombrios da existência. E de onde nasce esta coragem e esta aposta confiante? Nasce da esperança”.
Deus estende sempre a sua mão
A esperança, disse enfim o Papa, marca este período do ano litúrgico de preparação para o Natal:
"O Advento é um apelo incessante à esperança: recorda-nos que Deus está presente na história para a conduzi-la ao seu fim último e à sua plenitude, que é o Senhor Jesus Cristo. Deus está presente na história da humanidade, Ele é o "Deus conosco", Ele caminha ao nosso lado para nos apoiar. O Senhor nunca nos abandona; Ele nos acompanha nos nossos acontecimentos existenciais para nos ajudar a descobrir o significado do caminho, o significado da vida quotidiana, para infundir coragem nas provações e na dor. No meio das tempestades da vida, Deus estende sempre a sua mão para nós e liberta-nos das ameaças".
Na conclusão o Papa invocou Maria Santíssima mulher da espera, para que “acompanhe os nossos passos neste novo ano litúrgico que estamos iniciando, e nos ajude a cumprir a tarefa dos discípulos de Jesus, indicada pelo apóstolo Pedro: dar razão à esperança que há em nós”.
Fonte: https://www.vaticannews.va/pt/papa/news/2020-11/o-papa-no-angelus-nas-tempestades-da-vida-deus-estende-a-mao.html